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Entrevista | Da Austrália, Gean Loureiro dispara que Casan é negligente com Florianópolis

Por: Marcos Schettini
14/09/2023 11:36
Arquivo/Lê Notícias

Um ano e meio depois de renunciar ao cargo de prefeito de Florianópolis, deixando o governo com aprovação histórica na Capital, agora Gean Loureiro está realizando uma espécie de intercâmbio de especialização em Administração e Finanças, além, é claro, de aperfeiçoar o inglês durante a passagem pela Oceania, que deve se estender até o fim do ano.

Mesmo distante, mas atento aos acontecimentos em Santa Catarina, o ex-prefeito de Florianópolis concedeu entrevista ao jornalista Marcos Schettini e comentou sobre o episódio recente do rompimento do reservatório de água da Casan no bairro Monte Cristo.

Questionado sobre a obra que foi realizada ainda em seu mandato, Gean Loureiro foi taxativo ao apontar que a estatal sempre foi negligente com a Capital, afirmando que há muito tempo denuncia as indiferenças da empresa pública com o saneamento e o abastecimento de água.

Ainda, comentou sobre a experiência na cidade de Gold Coast, na Austrália, bem como falou sobre seu futuro político e o total apoio à reeleição do prefeito Topázio Neto. Confira:


Marcos Schettini: Passados alguns dias com sua presença na Austrália, o que a experiência tem ensinado?

Gean Loureiro: A Austrália nos traz muitos exemplos positivos do quanto podemos avançar no desenvolvimento de forma sustentável. O Brasil cria um excesso de regras para o desenvolvimento que acaba estimulando a clandestinidade. Aqui podemos ver exemplos simples, mas de grande impacto. A orla bem aproveitada, por exemplo, estruturas acessíveis, transporte de massa de qualidade.


Schettini: Defina a Austrália para motivar os catarinenses a arriscarem uma ida. O que vale?

Gean Loureiro: A Austrália é um país de muitas oportunidades. Aqui eles respeitam os estrangeiros e sabem da importância de ter mão de obra para apoiar as empresas. Acredito que uma aproximação maior entre Brasil e Austrália pode trazer benefícios para todos. Aqui eles querem uma relação sadia com outros países.


Schettini: Cintia Loureiro fica em uma região e o Sr. em outra. Por quê?

Gean Loureiro: Estamos no Estado australiano de Queensland, mas em cidades diferentes. Ela na casa da irmã, que mora em Brisbane, e eu em Gold Coast, onde realizo meu curso. Mas muitas atividades acontecem em Brisbane e procuramos sempre que podemos estar juntos nesse período de qualificação. Eu e a Cintia estamos conhecendo e apreendendo juntos muita coisa nova por aqui.


Schettini: O Sr. teve alguns encontros políticos. O que SC ou Florianópolis ganha com estas relações?

Gean Loureiro: Eu aproveitei para participar de encontros de brasileiros com australianos visando novos negócios e possibilidades de parcerias. Em um ambiente cada vez mais globalizado, precisamos conversar com o restante do mundo, especialmente Santa Catarina, que é um Estado com forte atuação no campo e na indústria.

Schettini: O ocorrido no bairro Monte Cristo quase foi um desastre de perdas de vidas. Aquela obra foi no seu governo?

Gean Loureiro: Aquela obra é mais um exemplo do descaso da Casan que eu vinha denunciado no meu governo. Alguns apontavam como briga política, mas talvez hoje percebam o quanto a empresa está negligenciando o saneamento e, agora, o abastecimento de água em Florianópolis.


Schettini: A investigação deve atingir a empresa que venceu a licitação. Onde a Casan tem culpa?

Gean Loureiro: O que se fala é que foi uma obra inaugurada antes de estar pronta, a toque de caixa para possibilitar que o antigo governador pudesse participar do ato. Espero que não seja verdade. Mas não faz sentido só fazer o teste no reservatório um ano depois de inaugurar. Tem coisa errada aí.

Schettini: Tragédias assim estimulam grupos a fulminar as estatais. O Sr. é a favor da privatização?

Gean Loureiro: Existem bons e maus exemplos em ambos os lados. A discussão não deveria ser essa. Há empresas públicas eficientes e ineficientes. No caso da Casan, é ineficiente.


Schettini: O Sr. já abriu apoio pleno à reeleição do prefeito Topázio. O que vai oferecer?

Gean Loureiro: O meu empenho e minha força de trabalho. Saí da Prefeitura com a maior aprovação da história de um prefeito em Florianópolis. Acho que posso contribuir com a eleição do Topázio.


Schettini: Nas eleições de 2026, o Sr. será candidato a qual espaço político?

Gean Loureiro: Há um longo caminho a percorrer. Nunca fui candidato só de mim. Há um grupo que devo conversar e construir.


Schettini: Apoiar Jair Bolsonaro em 2022 não foi um erro que acabou por fazer campanha para o 22 e não para o 44?

Gean Loureiro: Infelizmente a campanha se transformou em quem apoiava Lula e quem apoiava Bolsonaro. Eu fui sincero com o que acredito: eu votei no Bolsonaro. Se isso me tirou votos ou não, é consequência. Mas fui sincero.


Schettini: Jair Bolsonaro despenca em corrupção com acusação de tentativa de golpe de Estado e pode ser preso. É justo?

Gean Loureiro: Quem define é a Justiça. Não gosto de pré-julgamentos. Já fui vítima disto.


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